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Como e onde você pode fazer trabalho voluntário?

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Como e onde você pode fazer trabalho voluntário?

Como e onde você pode fazer trabalho voluntário?

Existem mil formas e lugares para se fazer trabalho voluntário. Qual você já fez?

Aproveito este canal, para compartilhar com vocês um pouco das minhas experiências, e quem sabe dar um impulso para que você possa iniciar algo agooooora! 😉

Nos últimos tempos, acredito que por causa da minha ultima ação voluntária no Nepal, tem aumentado bastante a quantidade de pessoas que vem falar comigo sobre como elas podem estar ajudando o próximo, querem ser voluntários de alguma forma mas só que não sabem como e nem onde. A grande questão é: Por onde devo começar?

A vontade de ajudar existe, mas por não saber os caminhos, muitas vezes a idéia fica apenas na cabeça e não vira realidade! O que é uma pena.

Pensando em mostrar diferentes caminhos de trabalhos voluntários, vou falar sobre 5 experiências que eu tive, 2 no Brasil, 2 no Nepal e 1 na Índia.

Bem, no inicio do meu curso na faculdade, juntamente com alguns amigos, decidimos que em uma sexta feira ao invés de sairmos para uma balada que tinha na cidade que eu morava, iríamos para a mesma área, só que levaríamos comida, roupa de frio e mais algumas coisas que achávamos úteis para os desabrigados que moravam naquela região. Foi algo bem simples de ser organizado, e bem positivo, pois tudo que levamos foi utilizado naquele mesmo momento, pois o pessoal realmente não tinha quase nada para se manter aquecido durante as noites e estavam com fome.

Me lembro que na mesma noite, vi muitos dos meus amigos indo para a balada que eu frequentava e continuei frequentando por mais tempo, mas sempre que passava naquele lugar eu percebia que tinha um outro significado pra mim. Depois disso, comecei a enxergar problemas que estão mais próximos, mas que por vários motivos não percebemos que estão em nossa volta. Pois com a correria do dia a dia, acabamos tendo outras prioridades.

Ainda na faculdade, mas só que mais para o final do curso, eu participei do Diretório Central dos Estudantes, tínhamos um projeto de ajudar vilas carentes, então levávamos alunos de vários cursos como voluntários. Levavamos estudantes de Administração pra fazer curriculums e ajudar as famílias com organização financeira pessoal e familiar; Advogados para ajudar com duvidas gerais sobre problemas que eles tinham, mas não tinham acesso ao profissional; Dentistas para instrução e higienização bucal de todos; entre vários outros profissionais. De um modo geral, todos iam para participar das atividades e brincadeiras que fazíamos com as crianças e o povo das vilas.

Tudo simples de ser organizado e tínhamos apoio das comunidades. Sempre deu muito certo.

Me mudei pra Irlanda em 2010, e no ano de 2013 decidi ir para o Nepal e India fazer trabalho voluntário.

No Nepal fiz trabalho com idosos, em um asilo na capital Kathmandu.

Grande parte dos idosos eram bem bem velhinhos, tinham dificuldades para andar, e alguns já não conversavam nem no idioma local, faziam as necessidades fisiológicas na cama e não conseguiam comer sozinhos.

Nós voluntários chegávamos no inicio da manha, e os trabalhos eram divididos em grupos.

O primeiro grupo tirava os idosos da cama, e os levava para o banheiro para dar banho e fazer higienização.

O segundo grupo, ficava no quarto para limpar as camas, pois todas estavam sujas. Em todas as camas foi colocado entre o colchão e o lençol um plástico para proteger de qualquer sujeira. Então tirávamos a roupa de cama, o plástico, e lavávamos tudo. Colocávamos o plástico limpo novamente sobre o colchão e uma nova roupa de cama. Estava pronto para a próxima noite.

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(Foto acima: Um dos quartos em que os idosos ficavam acomodados. Se olhar na cama, da pra ver o plástico preto que é utilizado para manter os colchões limpos. Eles precisam ser lavados diariamente)

Enquanto isso o primeiro grupo, após dar o banho, os levava para uma area aberta, onde tinha algumas cadeiras, como o clima na época ajudava a ter banho de sol, nós os levávamos para este local e por la ficávamos algum tempo com eles. Era uma boa oportunidade para que pudessem sair um pouco do quarto. Em seguida os direcionávamos para um local onde eles tinham as refeições.

Eles passavam um tempo maior neste local, e no fim da tarde voltavam para o quarto. No dia seguinte fazíamos tudo de novo.

Foi bem intenso e interessante ajudar desta forma.

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(Fotos acima: Mostra a area aberta onde levávamos os idosos para pegar sol)

Já na India, fiz trabalho voluntário com crianças e mulheres.

Com as crianças o trabalho era relacionado a educação. Por mais que o inglês seja um dos 23 idiomas oficiais da India, não são todos que falam, principalmente os mais pobres. Portanto íamos para as vilas e no caso como a estrutura da escola já estava montada o trabalho dos voluntários era somente de instruir e brincar.

Dávamos aulas de inglês, tínhamos o cronograma que deveria ser seguido, pois é um trabalho continuo, então tínhamos planilhas de todas as crianças, o que elas já estudaram e o que elas iriam estudar, avaliávamos o desenvolvimento de todo mundo, todos os dias. É um trabalho bem organizado. Eu ficava nas escolas pelas manhãs.

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(Foto acima: Na cidade de Jaipur, em sala de aula com as crianças)

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(Foto acima: Uma das salas de aula a céu aberto, numa vila chamada Lalsot, interior da Índia)

Na parte da tarde recebíamos crianças de vilarejos próximos em nosso acampamento, e dávamos banho, escovávamos os dentes deles e brincávamos todos nas areas abertas.

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(Foto acima: Crianças aguardando em frente a casa principal do nosso acampamento para receber higienização)

No final do dia, íamos para uma vila, onde as mulheres não tinham muita chance de sair do local, portando íamos ate la, dávamos aulas de inglês, ensinávamos a usar computador, tinham aula de dança, de música, também era algo bem gratificante, pois elas não teriam acesso a isso se não fosse pelo projeto.

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(Foto acima: Na vila de Lalsot, Índia, acompanhando apresentação das meninas do vilarejo)

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(Foto acima: Sempre que vejo essa foto me recordo do forte cheiro que estava essa água que passava por entre as casas em Jaipur na India. Me recordo também de ver a mãe limpando a criança com um balde e água deste esgoto a céu aberto, como você vê na foto)

Agora em Maio de 2015, tive a experiência mais intensa de todas até o momento, pois cheguei no Nepal 10 dias após o terremoto de magnitude 7.9 que matou milhares de pessoas e desabrigou milhões delas.

Tínhamos uma media de 3 a 4 terremotos todos os dias e acabei pegando o de magnitude 7.3, que matou quase 400 pessoas.

Lá eu não tinha uma base. Comida e água estavam escassos em alguns lugares. E todo dia era um grande desafio.

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(Foto acima: Estavamos terminando de derrubar as paredes desta escola em Pundrum, que foi destruída pelo terremoto, para mantermos a base de ferro e o telhado, para então refazermos as paredes para que as crianças pudessem voltar a ter aula)

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(Foto acima: Com moradores da vila de Deurali, Nepal, mostrando ao fundo uma das casas temporárias reconstruídas)

Fiquei acampado grande parte dos dias e meu trabalho era basicamente visitando vilas prejudicadas pelos tremores, entendendo juntamente com os lideres locais o que eles precisavam, postando fotos e videos em minhas redes sociais, em seguida recebendo doações de amigos, logo depois eu comprava o que eles precisavam, voltava para as vilas e fazia as doações.

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(Foto acima: Ajudando na distribuição dos 14 mil kg de arroz, na vila de Deurali, interior do Nepal)

Além disso, também tentei envolver o máximo de pessoas (turistas) que eu conhecia por la, explicando o que eu estava fazendo, e tentando traze-los comigo para ver o trabalho que estava sendo feito, e assim eles de forma natural começavam a fazer o mesmo que eu, postar em suas redes sociais, receber doações e com mais recursos ajudávamos mais e mais pessoas.

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(Foto acima: Mostrando uma das escolas destruídas pelo terremoto. Foram dois dias para chegar neste local chamado Chitre, que está localizado no topo de uma montanha. No primeiro dia foram 10 horas de Jeep e paramos numa vila pra dormir, no segundo dia foram quase 10 horas atravessando rios, subindo e descendo morros e montanhas)

Foi uma experiência sem igual, reconstruímos 210 casas temporárias, 4 escolas e compramos 14 mil kg de arroz para 5 vilas que não tinham condições de ter acesso a comida.

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(Foto acima: Sendo recebido por locais para jantar após um dia de caminhada para visitar uma das vilas afetadas pelo terremoto)

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(Foto acima: Com crianças no vilarejo de Chitre, Nepal)

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(Foto acima: Após 2 dias para chegar na vila de Chitre, e um dia e meio mapeando as casas afetadas, eu e minha amiga de Hong Kong voltamos de carona num trator para a vila de Deurali onde pegaríamos um ônibus para a capital do Nepal. Estavamos imundos e destruídos fisicamente)

Poisé, trago aqui diferentes tipos de trabalhos, diferentes ações realizadas, com diferentes investimentos necessários.

Nos trabalhos feitos ainda no Brasil, eu era estudante, ganhava pouco, mas mesmo assim dava pra ajudar e foi feito. Não sozinho, mas trazendo comigo mais pessoas na mesma situação, com pouco, mas que queriam ajudar.

Em 2013, eu já era independente, morava ha 3 anos na Irlanda, tinha uma vida mais estruturada e consegui fazer algo maior e ter essa experiência internacional. Hoje em dia, esta oportunidade esta bem mais acessível para muitos brasileiros.

Em Janeiro de 2014 comecei a me capitalizar para uma viagem longa, portanto quando aconteceu o terremoto agora em 2015, eu já estava capitalizado para a minha viagem maior, a mesma que estou agora, então por causa da catástrofe, mudei o roteiro inicial e decidi que ao invés de começar por outros países, iniciaria a viagem tentando ajudar pessoas, e redirecionei os meus gastos para esta viagem ao Nepal.

Pergunta: Como eu posso ajudar alguém?

Peço a voce que analise a sua realidade, e veja o que voce pode fazer, seja na sua cidade, em seu ou outro estado ou em outro país, o fato de ajudar é algo muito importante e depois que voce começa vira uma bola de neve. Pois voce conhecerá pessoas que já estão nesse meio, mais oportunidades vão surgir e a probabilidade de você parar é minima.

E quando voce coloca a mão na massa, e tem contato com as pessoas que estão sendo ajudadas, voce aprende tanto e muda tantas coisas dentro de voce, que eu definitivamente aconselho voce a tentar e ter essa experiência em sua vida.

Se voce quer ajudar, não sabe como. Não se importa, apenas comece.

Para uma longa caminhada, é necessário dar o primeiro passo. Vai chegar o momento que voce não vai saber mais onde sera o proximo passo, mas tera a certeza que estará sempre andando pra frente!

Comece agora, e faça mais pessoas felizes!

Espero que bons projetos sejam iniciados!

Até a próxima! 😉

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